Cartografias Transatlânticas exploram ligações de quatro artistas a Cabo Verde, até 19 de julho

Exposição de Fidel Évora, Jacira da Conceição, Amadeo Carvalho e Carlos Noronha Feio
Curadoria de Ricardo Barbosa Vicente e João Serrão
Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo
Até 19 de julho
Integrada na XXI edição do Festival MED, esta exposição destaca o trabalho de quatro artistas que partilham uma conexão íntima, porém distante, com Cabo Verde. A viver fora do arquipélago, mantêm um diálogo ininterrupto com a sua terra de origem, uma comunicação que, embora por vezes discreta, se revela sempre marcante. As suas criações não se limitam a reproduzir o território, mas propõem uma cartografia dos seus ecos, das suas memórias e dos seus reencontros, explorando-os através da imagem, do som, do corpo e da matéria, numa oportunidade imperdível para descobrir novas visões em Loulé.
Fidel Évora propõe, com a série “Fake Self-Portraits”, um jogo entre identidade e ficção, presença e construção. Os rostos que nos interpelam não procuram definir o eu, mas questionar os mecanismos pelos quais ele se torna visível. A sua prática afirma a multiplicidade como condição natural de quem habita o entre-lugar — onde a origem é memória, mas também escolha.
Jacira da Conceição invoca, através de cerâmica, óxido de ferro, tecido e vídeo, a força da linhagem feminina africana. As suas peças — como Oráculo dos Búzios, Aruanda, Lundum e Abraço II — fazem do espaço expositivo um território ritual. A matéria é memória que resiste ao esquecimento, gesto que atravessa o tempo. A ancestralidade é aqui força viva, atual, em contínua transmutação.
Amadeu Carvalho apresenta “50 Faces Incógnitas – Retratos de Ausência”, uma série de retratos sem nome que assinalam os cinquenta anos da independência de Cabo Verde. Criados com pigmentos do vulcão do Fogo, os rostos habitam a fronteira entre a presença e o desaparecimento. É no anonimato que se inscreve a potência de uma história plural, feita de silêncios, de ausências, de vidas por contar.
Carlos Noronha Feio encerra este percurso com uma instalação sonora e visual onde Cabo Verde e o Atlântico se escutam mutuamente. “Uma construção é feita de mais do que memórias dos antepassados…” propõe uma experiência imersiva através do som e da imagem. O mar, os ecos, os ruídos tornam-se matéria de escuta sensível — entre ilhas, viagens e regressos imaginados.
Terça a sábado, das 10h00-13h30 e 14h30-18h00.





























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